terça-feira, 18 de março de 2008

Unidades de Saúde Familiar


O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses admite chegar amanhã a acordo com o Ministério da Saúde sobre os incentivos nas Unidades de Saúde Familiar, depois de a tutela ter aceitado separar suplementos financeiros de resultados institucionais.

Há cerca de um mês, a nova ministra da Saúde, Ana Jorge, apresentou aos parceiros um projecto de portaria que define os incentivos financeiros para enfermeiros e administrativos das Unidades de Saúde Familiar (USF), que foi recebido com reticências pelos sindicatos e pela Ordem dos Enfermeiros. A principal crítica foi a dependência entre os pagamentos e as acções praticadas pelos clínicos, já que os suplementos financeiros ficariam subordinados aos resultados institucionais, que têm de ser cumpridos por todos os elementos da equipa. "A portaria faz depender os incentivos dos enfermeiros dos resultados da equipa multiprofissional e os resultados institucionais dependem fortemente da actividade médica", afirmou na altura o vice-presidente da Ordem dos Enfermeiros, Jacinto de Oliveira. Também o SEP criticou essa dependência e alertou, como já fizera em Janeiro, que os enfermeiros abandonariam as USF ou fariam greve se as normas não fossem alteradas.


As USF são uma nova forma de organização dos serviços de saúde e implicam que médicos de família, enfermeiros e administrativos constituam equipas que se candidatem a criar e gerir uma destas unidades, que pode ou não funcionar nas instalações dos actuais centros de saúde. A USF assegurará os cuidados de saúde a uma determinada população e os seus profissionais são remunerados tendo em conta o número e o tipo de doentes que atenderam. A 10 de Março estavam em actividade 108 USF.
17.03.2008 - 17h15 Lusa

sexta-feira, 14 de março de 2008

Via Verde Coronária

A partir de 1 de Abril a região Norte contará com uma cobertura aceitável no tratamento do EAM, no ambito das Vias Verdes CoronáriasUma melhoria que, contudo, não deixa de ser muito teórica a falta de especialistas vai obrigar à deslocação de médicos de uns distritos para os outros e a própria distância é calculada em condições óptimas.Em funcionamento desde 3 de Março, a Unidade de AVC do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia veio completar um panorama que as autoridades de saúde consideravam escasso."No ano passado abriram as unidades de Braga, em Fevereiro, e Vila Real, em Março. Juntamente com as do S. João, Santo António e Santa Maria da Feira, um doente da região Norte pode ser tratado na janela de oportunidade das três horas", explicou ao JN o vogal da Administração Regional de Saúde do Norte, Fernando Araújo. Isto apesar de a falta de neurocirurgiões em Vila Real obrigar a recorrer a especialistas de Braga. O responsável visita hoje a unidade de Gaia, com o novo coordenador para as Vias Verdes no Norte Miguel Oliveira, que era até há um mês o responsável regional pelo INEM.No que toca ao enfarte agudo do miocárdio - outra patologia em que o factor tempo é crucial para reduzir a mortalidade (calculada em mais de oito mil óbitos anuais) -, o avanço preparado para Abril implica a utilização da técnica considerada mais eficaz em dois hospitais onde ainda não existia a intervenção coronária percutânea (ICP) primária ou reperfusão mecânica. Quando não há capacidade para esta, procede-se à reperfusão farmacológica (trombólise), que dilui os coágulos de sangue.Vila Real e Braga passarão assim a ter ICP primária em salas dedicadas exclusivamente à cardiologia, recomendada pelo programa das Vias Verdes para todos os hospitais com serviço de urgência polivalente. Actualmente, é feita por rotina no S. João, Santo António e Gaia, concentrando a oferta ao distrito do Porto e deixando a maior parte da região sem acesso à ICP primária nas duas ou três horas cruciais. O problema é que Braga e Vila Real continuam a sofrer constrangimentos. No primeiro caso, a sala vai ter que ser partilhada entre cardiologia e neurologia, por falta de instalações e até que nasça um novo hospital. No segundo, a falha mais grave é a falta de cardiologistas especializados. Sempre que surja uma urgência, terão de ser enviados do Porto, onde estarão em regime de prevenção, à chamada. Fernando Araújo admite que nenhuma é uma solução ideal, "mas dá para começar. Vamos ver como é que se consegue", diz, confiando na curta distância até Vila Real "uma hora". Se não chover, nem nevar, nem tiver havido algum acidente no IP4... "
Jornal Noticias, 14/03/2008
34%dos óbitos registados em 2005 deveram-se a doenças cardiovasculares, num total de 34.823, primeira causa de morte no país 15.668 são por AVC e 8.059 por doença do coração.
Das 16 unidades de AVC existentes em 2005 não tinham condições para assegurar um nível mínimo de tratamento, segundo a organização europeia das doenças coronárias.

quarta-feira, 5 de março de 2008

Crianças Portuguesas das mais Gordas da Europa!!

Só Itália nos suplanta. A prevalência da obesidade infantil na Europa é liderada pela Itália. Portugal surge em segundo lugar.
Entre as crianças do Pré-escolar, uma em cada quatro tem excesso de peso; no primeiro ciclo do Ensino Básico, uma em cada três crianças sofre deste problema. Mais de metade da nossa população adulta tem excesso de peso.
A abordagem que vai ser feita nos cinco municípios subscritores do protocolo inclui a análise das condições socioeconómicas, demográficas e ambientais em que vivem as crianças e as suas famílias.
O tipo de alimentação seguida pelas famílias será relacionado com o peso e estatura apresentados pelas crianças.

terça-feira, 4 de março de 2008

(DES) Emprego na enfermagem


Actualmente multiplicam-se as notícias de desemprego na enfermagem. De quem será a culpa desta situação? O que está mal? O que podemos mudar?

Sou enfermeira há cerca de 18 meses, e tenho 1 ano de experiência profissional. Actualmente estou desempregada há cerca de 3 meses. Começo a desesperar. As oportunidades são muito poucas, as perspectivas ainda menos.

NÃO CONSIGO PERCEBER COMO AS COISAS CHEGARAM A ESTE PONTO!!!

-- Conclui o curso numa escola pública. Éramos 70 alunos! Estão a imaginar o que são 70 pessoas numa sala de aulas? Bom, era só mesmo para dizer que isto é inadmissível! Nem sequer vou prosseguir com os comentários. Já perceberam onde quero chegar.


-- Em cada ano lectivo, só na minha escola, eram, e são, 140 enfermeiros a terminar o curso.... EM CADA ANO LECTIVO FORAM-SE 3000 NOVOS ENFERMEIROS EM TODO O PAÍS!
-- Há relatos de escolas que não conseguem campos de estágios para os alunos, acabando por fazer o estágio de médico-cirúrgica em lar de idosos... Que qualidade no ensino!


-- Durante estes últimos tempos, pude concluir que grande parte dos enfermeiros têm no mínimo 2 empregos. Há muitos enfermeiros a ter três empregos! E o mais inacreditável é que estes por vezes distam uns dos outros cerca de 140 km!! Devem ser bonitos os cuidados de excelência prestados!


-- Não consigo perceber, como é que é possível continuarem as acumulações!! Já pensaram bem nisto? Acho que ninguém sabe os balúrdios que se gastam com estes enfermeiros. Não sabem, porque eles não falam...
Eu também confesso que se o pudesse também fazia, mas agora vejam bem: estes nossos amigos, fazem 35 horas semanais, óbvio que é fácil conciliar com o duplo. Agora se tivessem um contrato de 40 horas/semanais!!Mais há enfermeiros de fazem turnos de 12 horas, portanto só trabalham 3 dias por semana, restando muitos dias para um duplo e triplo! Quantos e quantos! Aliás eu pensava que o máximo permitido por lei era 9 horas...


-- Isto do aumento da idade da reforma para 65 anos também tirou o lugar a muita boa gente....

Cirurgia de ambulatório

A cirurgia de ambulatório vai tornar-se prática corrente nos hospitais portugueses, apesar de o país ainda estar longe da média europeia. A convicção é do presidente da Comissão Nacional para o Desenvolvimento da Cirurgia de Ambulatório (CNADCA), Fernando Araújo, também vice-presidente da Administração Regional de Saúde do Norte. Na cirurgia de ambulatório, o utente é operado e regressa a casa no mesmo dia para fazer a recuperação.

"Estou muito optimista, pois os responsáveis hospitalares e os profissionais de saúde estão a perceber que é a cirurgia de futuro", disse o responsável, após uma visita ao Hospital S. Sebastião, em Santa Maria da Feira.

Segundo a Comissão Nacional para o Desenvolvimento da Cirurgia de Ambulatório (CNADCA), em 2006, apenas 17% do total das operações realizadas em Portugal foram cirurgias de ambulatório. Em países como a Dinamarca ou Suécia, ascende a 50% ou mais.

segunda-feira, 3 de março de 2008

Como se transmite a sida

No anfiteatro da Escola Secundária de Vila Nova de Santo André, no Alentejo, o ar despreocupado dos finalistas ali reunidos dá lugar a expressões de choque. Acabaram de ouvir que fazem parte do grupo etário responsável por cerca de metade dos novos casos de infecção de VIH em Portugal. A informação apanha-os de surpresa. "Se for detectado no início pode ser tratado?", questiona um aluno no meio da plateia. "Como é que nos podemos proteger?", atira quase em simultâneo um colega, logo atropelado por outra pergunta "Onde é que podemos fazer um teste para saber se estamos infectados?". O técnico da associação Abraço tem um ranking "preocupante" das principais dúvidas levantadas pelos milhares de jovens que contactou ao longo de uma década. "O que é que significa VIH?" e "Como se transmite o vírus?" continuam no top. Perguntas difíceis de aceitar numa altura em que Portugal assinala precisamente 25 anos da detecção do primeiro caso de sida no país. "Ao contrário dos estudos e relatórios que vão sendo divulgados sobre o conhecimento desta matéria, todos os dias, respondo às mesmas perguntas e dúvidas que respondia há dez anos", alerta.A experiência do técnico é atestada pelas estatísticas, que revelam um paradoxo aparente a geração que nasceu num mundo com VIH, que tem acesso à Internet e informação sobre sexualidade e doenças sexualmente transmissíveis é também uma das mais atingidas pelo vírus. E é também responsável por Portugal estar em segundo lugar na tabela dos países europeus com a maior taxa de mães adolescentes. "Acredito que se todas as escolas tivessem programas de educação sexual consistentes, a situação seria muito melhor", defende Duarte Vilar, director da Associação para o Planeamento da Família, que promove educação sexual há mais de 30 anos.

É normal uma criança ter hábitos de consumo em família toxicodependente

Os últimos dados da PJ do Funchal revelam, que em 2007 a apreensão de heroína sofreu um aumento de 700%. E se é notório que a procura acompanha a oferta, o drama chega através de uma nova realidade: as crianças."Temos miúdos cada vez mais novos a iniciar-se na heroína. Miúdos que vêm de meios sociais muito degradados onde a heroína já é um hábito", disse ao DN Manuela Parente. Explica que há alguns anos era normal uma criança de dez anos ter hábitos alcoólicos numa família de alcoólicos. Hoje passou a ser "normal uma criança de 11 anos ser heroinodependente numa família de heroinodependentes. Não há muitos casos, por enquanto, mas os poucos que aparecem são suficientemente preocupantes para me deixar angustiada", afirma. Esta situação implica encontrar soluções, pois o centro "nos moldes em que está não é adequado para receber estas crianças. Não me interessa nada que digam que lá fora elas andam com adultos! Eles são demasiados novos, nem sequer são adolescentes. Vamos ter de encontrar espaço e estratégias próprias", reitera. Semanalmente, há sempre pessoas que recorrem ao centro pela primeiro vez, o que significa que, "neste momento, a situação não está controlada na Madeira, tal como acontece noutros locais do país", diz. A pergunta impõe-se. O que se faz a uma criança de dez ou 11 anos dependente de heroína e que não adere a qualquer tratamento, pois "entram aqui quase obrigadas pela mão das assistentes sociais"? É difícil estabelecer uma relação, mas "acho que já conseguimos alguma coisa. Hoje, os miúdos da rua vêm ter comigo. Antes eram bichinhos-do-mato, nem olhavam para a nossa cara. Temos uma criança que foi o próprio pai que lhe injectou heroína". A verdade é que eles não conseguem parar de consumir. E agora? "Devemos ou não integrá-los num programa de substituição? A metadona é uma hipótese. Mas vamos começar já a dar-lhes metadona? Introduzir-lhes uma substância que acaba por ser agressiva tendo em conta a idade? Ou não fazemos nada, sabendo que vão continuar a consumir e a correr riscos?", diz. As interrogações sucedem-se até porque estas crianças já não estão na escola. A distribuição de seringas disparou de duas mil mensais para quatro mil. Uma unidade móvel que só trabalha de dia faz, em simultâneo, a distribuição da metadona a quem está com terapias de substituição e a troca de material aos que consomem.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Dê sangue...

As reservas de sangue no País continuam abaixo do necessário, apesar de as dádivas do último mês terem superado as de 2007. De acordo com dados do Instituto Português de Sangue (IPS), os níveis estão 30% abaixo do nível ideal, ou seja, atingem dois ou três dias em alguns tipos de sangue, quando a margem de segurança é de sete dias. Aos tipos de sangue A e 0 positivos que estavam já em baixa juntou-se agora o tipo B negativo, que antes era estável. Gabriel Olim, presidente do IPS, diz que a situação "continua abaixo do ideal, porque foi preciso fornecer sangue aos hospitais, que têm agora a reserva recomendável". Ontem, o IPS tinha quase duas mil unidades de sangue, que respondem a uma procura média de dois dias. No entanto, somando a oferta do IPS à dos hospitais, o número sobe às sete mil. A carência está sobretudo ao nível do tipo 0 positivo, com apenas dois dias de margem, e dos grupos A positivo e B negativo, capazes de responder ao consumo de três dias, segundo a procura de 2007.


O instituto continua a apelar à dádiva. À partida, qualquer pessoa pode dar sangue, dos 18 aos 65 anos. Mas a primeira dádiva não deve ser feita depois dos 60 anos. No caso das mulheres, é possível fazê-lo três vezes por ano e, no dos homens, basta fazer um intervalo de três meses. Pessoas submetidas a cirurgias ou que tenham feito tatuagens, por exemplo, têm de passar por um período de quarentena. A recolha é feita a par com uma entrevista confidencial e os lotes colhidos seguem procedimentos de gestão e de avaliação da segurança. Actualmente, há 272 502 portugueses na lista de dadores, o triplo dos que havia em 96.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Ser enfermeiro numa USF

Os enfermeiros ameaçam abandonar as Unidades de Saúde Familiar (USF), caso o projecto de portaria relativo aos incentivos para médicos, enfermeiros e auxiliares, proposto pela nova ministra da Saúde, não sofra alterações.
O anúncio foi feito, esta quinta-feira, pela vice-coordenadora nacional do Sindicato dos Enfermeiros, Guadalupe Simões, em declarações reproduzidas pela Rádio Renascença.
«Se aquilo que a Sra. Ministra da Saúde vai remeter agora para os parceiros sociais para negociação for em tudo semelhante àquilo que nós já temos conhecimento, então, os enfermeiros irão ponderar a possibilidade o abandono das Unidades de Saúde Familiares”, avisa a sindicalista.
No entender da estrutura sindical, a proposta de incentivos que os enfermeiros receberam era discriminatória, nomeadamente, devido às diferenças de valores entre aquilo que médicos e enfermeiros podem ganhar.
Segundo Guadalupe Simões, os incentivos previstos na proposta já conhecida prevêm a um acréscimo na ordem dos mil euros por ano para os enfermeiros, ao passo que os médicos poderão receber entre «sete a oito mil euros por mês».
De acordo com Ana Jorge, existem muitos médicos, enfermeiros e administrativos que aguardavam a publicação da portaria para se organizarem em equipas candidatas ao modelo B das USF.
Segundo o Ministério da Saúde, as USF estão classificadas em três modelos de desenvolvimento: A, B e C.
O Modelo A compreende as USF do sector público administrativo com regras e remunerações definidas pela Administração Pública, aplicáveis ao sector e às respectivas carreiras dos profissionais que as integram.
O Modelo B abrange as USF do sector público administrativo com um regime retributivo especial para todos os profissionais, integrando remuneração base, suplementos e compensações pelo desempenho.
O Modelo C é um modelo experimental que abrange as USF dos sectores social, cooperativo e privado, articuladas com o centro de saúde, mas sem qualquer dependência hierárquica deste, baseando a sua actividade num contrato-programa estabelecido com a ARS respectiva e sujeitas a controlo e avaliação externa.


segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Mais de metade dos partos em Portugal são feitos por parteiras


"Em todo o país, 55 a 60 por cento dos partos são executados por parteiras, pelo que, em princípio, a taxa de partos normais será a mesma", disse Vítor Varela, enfermeiro obstetra no Hospital de São Bernardo, em Setúbal, e representante dos países do Sul da Europa na Confederação Internacional de Parteiras (ICM).
O enfermeiro defendeu a necessidade de "aumentar a taxa de partos normais", o que poderá ser conseguido através da divulgação de "algumas recomendações práticas".
Representantes de associações de enfermeiros obstetras de Portugal, Espanha, Itália, França, Grécia, Malta e Chipre aprovaram quinta-feira, no Porto, "por unanimidade", uma proposta de norma de procedimentos para a realização de partos normais que pretendem que seja adoptada em todo o Mundo.
"Há necessidade de reconhecer, facilitar e mesmo auditar o parto normal nos nossos serviços e nas nossas maternidades", salientou Vítor Varela.
"O enfermeiro referiu que a norma agora aprovada vai ser levada à Comissão Executiva da ICM e posteriormente ao Conselho Geral da confederação, que se deverá reunir em Maio.
Depois da reunião de Maio, Vítor Varela espera que a norma comece a ser enviada aos diferentes governos nacionais, com recomendação para que seja adoptada em cada país".

"Defensor de que "dar à mulher a hipótese de um parto natural é uma missão do serviço público", Vítor Varela fundou e dirigiu até 2005 a Associação Portuguesa de Enfermeiros Obstetras (APEO), cujo X Encontro Nacional está a decorrer hoje e sábado também no Porto.
Para este responsável, em Portugal "vive-se o modelo médico, em que não é reconhecida a qualificação e a responsabilidade dos enfermeiros obstetras, ou parteiros, apesar de estes serem abrangidos por uma directiva comunitária".
"Em causa está a norma 2005/36/CE, de 7 de Setembro, que aguarda transposição para o direito interno e que contém alguns pontos não consensuais para a comunidade médica, nomeadamente no artigo 39º, relativo ao "exercício das actividades profissionais de parteira".
Diz o Diário de Notícias de 07/02/2008.

Há coisas que nos parecem extemporâneas sobretudo vindas de onde vêem: Associação Portuguesa de Enfermeiros Obstetras, que reúne no seu X Encontro Nacional, no Porto.

Mas então o parto normal, natural, eutócico, não é da competência das parteiras?
Não serão elas que têm que ditar as regras em presença das circunstâncias?
Às vezes ficamos surpreendidos com os tiros nos pés, que alguns enfermeiros dão, sem perguntarem a ninguém.
Será que os médicos obstetras, também pedem a definição de normas para partos distócicos ou anormais, ou patológicos?
Certamente não.
Se há uma norma comunitária e supra-comunitária, que vem da Organização Mundial de Saúde (OMS), acerca dos medicamentos que as parteiras e enfermeiras/parteiras podem receitar, que curiosamente a OE teima em não divulgar, é porque reconhecem a necessidade de apoiar o parto com medicamentos da especialidade. Ora num país organizada, não monopolizado não há dúvidas acerca das competências das parteiras.

Sabemos que se pode estar em presença duma reminiscência dos tempos em que havia auxiliares de enfermagem e eram as escolas que deixavam a ideia de que os Enfermeiros só podiam fazer o que estava no programa da escola.
Como licenciados, os Enfermeiros têm o direito de investigação própria para evolução e aperfeiçoamento da profissão. Por isso querer espartilhar a acção das parteiras com normas que só à parturiente compete definir, pois de parto normal se trata é, salvo melhor opinião, andar para trás.

Ministra da Saúde dispensa presidente do INEM

"Caiu a segunda vítima do complicado processo de reformas na Saúde Luís Cunha Ribeiro foi afastado da Presidência do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), um organismo que tem estado debaixo de fogo não só pela complicada relação com os bombeiros, como por notícias de alegadas falhas na assistência pré-hospitalar. Falhas que se juntaram à onda de encerramentos de serviços de urgência hospitalar e de atendimento nocturno em centros de saúde encetada pelo anterior ministro da Saúde, demitido há 15 dias. A que se somaram ainda críticas da Ordem dos Médicos por oferecer socorro aéreo em helicópteros sem médico.À frente do Instituto, o médico foi responsável pela ampliação da rede de Viaturas Médicas de Emergência e Reanimação. E foi uma das primeiras vozes a defender a profissionalização das equipas de socorro dos bombeiros.O erro de Cunha Ribeiro terá sido, para Duarte Caldeira, o de querer construir uma imagem de "auto-suficiência" conferindo ao INEM "exclusividade" no socorro pré-hospitalar. A política era "secar tudo à volta".O líder dos bombeiros garante ainda que não se trata, aqui, de penalizar o elo mais fraco de uma política governamental. "O INEM caracteriza-se por uma enorme margem de manobra e muito do que é atitude e intervenção resulta daquilo que os seus dirigentes definem, independentemente das orientações políticas superiores". Além de que, se saiu o ministro, diz Duarte Caldeira, é "óbvio e normal que saia também o executor das concepções políticas".

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Linha Telefónica para doentes Oncológicos

Os doentes oncológicos e familiares a partir de segunda-feira uma nova linha telefónica que visa apoia-los, mas sobretudo ajudá-los a encarar a doença de forma mais positiva, declarou a Liga Portuguesa Contra o Cancro. “A equipa de enfermeiros e psicólogos que fazem parte deste projecto procura, mais do que informar, apoiar e ajudar quem nos liga a encarar a doença de uma forma mais positiva, ajudando-os a encontrar formas e forças para lidar com todas as implicações pessoais, profissionais e sociais da doença”, explica o presidente da Liga Portuguesa Contra o Cancro, Vítor Veloso. O projecto será lançado no Dia Mundial Contra o Cancro, 4 de Fevereiro, estará disponível, todos os dias, das 17h00 ás 22h00, através do número 808 255 255.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Nova Ministra da Saúde

Com 58 anos, Ana Maria Teodoro Jorge, nova ministra da saúde, dirigia actualmente o serviço de pediatria do Hospital Garcia de Orta, em Almada, depois de ter trabalhado durante 15 anos no Hospital D. Estefânia, em Lisboa. Considerada próxima da socialista Maria de Belém Roseira, foi durante o seu mandato como ministra da Saúde no Governo de António Guterres que Ana Jorge assumiu a presidência da Administração Regional de Saúde de Lisboa (ARS) e Vale do Tejo, entre 1997 e 2000”.

“Foi nesta qualidade que foi acusada pelo Ministério Público, juntamente com outras 25 pessoas, de ter efectuado pagamentos indevidos ao Hospital Amadora-Sintra. Só a Ana Jorge, o Estado pedia mais de 3,5 milhões de euros. Mas, mais tarde, um tribunal arbitral veio afinal dizer que estavam correctos os montantes entregues àquela unidade do Grupo Mello”.

“Ainda durante a presidência da ARS, Ana Jorge destacou-se na reorganização das urgências pediátricas nos hospitais, apostando no encaminhamento das crianças para os centros de saúde da área de residência e deixando o atendimento hospitalar reservado para casos verdadeiramente urgentes. Neste âmbito, foi ainda uma das impulsionadoras do serviço de atendimento pediátrico por telefone Dói Dói, Trim Trim. No plano académico, foi assistente da cadeira de saúde materno-infantil na Escola de Saúde pública e tem vários trabalhos publicados em revistas da especialidade. Esteve também ligada ao sector da humanização dos serviços do Instituto de Apoio à Criança.”


“Nas últimas eleições presidenciais, Ana Jorge constava da lista da comissão de honra do candidato Manuel Alegre, um crítico actual das reformas do ministro da Saúde. Recentemente, Alegre teceu críticas demolidoras à reforma dos serviços de saúde, considerando que se trata de um “erro colossal” e de uma política “estapafúrdia” do actual Governo”.
“Sobre a reforma em curso, que tem merecido várias críticas, Ana Jorge disse acreditar nas mudanças. "Acredito na reforma em curso e no Serviço Nacional de Saúde (S.N.S.)", afirmou.

O bastonário da Ordem dos Médicos, Pedro Nunes, afirma confiar na nova ministra da Saúde, Ana Jorge. «Os últimos tempos não têm sido felizes têm sido tomadas medidas que desarticulam o Serviço Nacional de Saúde, que colocam em causa os cuidados de urgência», adiantou este responsável, que espera que esta situação possa vir a ser corrigida. Pedro Nunes afirmou ainda «depositar um grande capital de esperança» em Ana Jorge, que conhece há muitos anos.



“Face à exoneração do Prof. Correia de Campos e à sua substituição pela Dr.ª Ana Jorge, a Ordem dos Enfermeiros vem a público dizer o seguinte:


- Sem prejuízo da necessidade de reformar o Serviço Nacional de Saúde, as medidas empreendidas não tornaram essa reforma integradora, coerente e consistente, tal como a Ordem dos Enfermeiros tem vindo a afirmar há já algum tempo. Consequentemente, a situação foi-se progressivamente degradando, assumindo uma situação insustentável que culminou a exoneração do Prof. Correia de Campos.
- A Ordem dos Enfermeiros espera que a Dr.ª Ana Jorge dê resposta à necessidade de reformar o S.N.S., que torne a reforma inteligível e que envolva nessa reforma todos os parceiros, dando aos profissionais de saúde, nomeadamente aos enfermeiros, a possibilidade de dar um contributo conhecedor, porque mais próximos das necessidades de saúde da população. Aguardamos com expectativa as iniciativas da futura Ministra da Saúde, estando a Ordem dos Enfermeiros disponível para participar com a nova equipa ministerial. Aproveitamos esta oportunidade para estimar que a sub-dotação de recursos humanos na Saúde, nomeadamente no que aos enfermeiros diz respeito, seja um assunto que venha a ser considerado pela nova Ministra da Saúde.
- A Ordem dos Enfermeiros aproveita a oportunidade para felicitar a nomeação da Dr.ª Ana Jorge e deseja-lhe boa sorte nas novas funções que agora abraça”.



Aqui deixo o percurso do Dr. Correia de Campos
-- António Fernando Correia de Campos
-- Nascido em 14 de Dezembro de 1942, natural de Torredeita, Viseu
-- Licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra
-- Administrador Hospitalar pela École de Rennes, França
-- Mestre em Saúde Pública pela Universidade de Johns Hopkins, EUA
-- Professor Auxiliar, Associado e Catedrático pela Escola Nacional de Saúde Pública, da Universidade Nova de Lisboa
-- Professor Catedrático da Escola Nacional de Saúde, Pública (ENSP)
-- Presidente do Conselho Científico da ENSP (desde Junho 2002)
-- Presidente do Instituto Nacional de Administração (Janeiro 1997 a Junho 2001)
-- Presidente do Conselho Científico do Instituto Europeu de Administração Pública, de Maastricht (2000 a 2001)
-- Presidente da Comissão do Livro Branco da Segurança Social (1996-1998)
-- Especialista Senior do Banco Mundial sobre Administração de Saúde (1992 a 1995)
-- Director de Programas da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (1986 a 1989)
-- Dirigente da Administração Pública (entre 1970 e 1980)
-- Deputado à AR (em 1991 e 1992)
-- Especialista em economia da saúde, cuidados de saúde a idosos, política de saúde e equidade, segurança social e administração pública, sendo, nestas áreas único autor de 5 livros e editor de outros três e autor de cerca de cem artigos científicos em revistas nacionais e estrangeiras.
Será que esta mudança de ministros é sinónimo de mudança da política de saúde?
O primeiro-ministro é o mesmo, logo a política continua. As reformas estão a decorrer. Mais, a Dra Ana Jorge já declarou que concorda com a esta reforma na saúde.
Por outro lado, já vimos que o descontentamento do povo leva à queda de ministros. Nós caminhamos para novas eleições legislativas. Logo, não convem enfurecer o povo!!
O Dr. Correia de Campos deu a cara pela reforma da saúde, foi o mau da fita. A Dra Ana Jorge vai atrasar a reforma na Saúde até às novas eleições??

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Reestruturação da Rede de Urgências

Penso que mais do que nunca que o País está preocupado com o que se passa com a saúde em Portugal. É bem certo que sempre se preocupou,obviamente, mas a comunicação social veio dar uma ajuda: mostrar o que corre mal! E será que isto é regra? As coisas funcionam sempre mal? Obviamente que não... As excepções não são regras!!
Para começar, nenhum sistema é perfeito. Situações destas vão sempre acontecer!
Concordo com esta reestruturação da rede de Urgência. Embora admita que a forma adoptada para a sua implementação não está a ser a mais correcta: encerrar sem que sejam garantidas alternativas.
Actualmente assisto a uma crise de todos os serviços de Urgência: aumento de número de utentes/episódios , número de camas limitado, uso e abuso dos serviços de Urgência, falta de resposta dos Cuidados de Saúde Primários e variabilidade de experiência e treino das equipes.


Temos que perceber onde estamos e para onde queremos ir:

__Há que explicar às pessoas/utentes o que é o serviço que Urgência. Qual a diferença entre uma urgência/emergência. Como funciona a rede pré-hospitalar. O que são os Cuidados de Saúde Primários.

__Formar os profissionais de saúde, mais e melhor! Obviamente, investimento na formação; informatização de registos; procedimentos protocolizados e triagem de prioridades.

__Organizar instituições: criação de uma rede de pré-hospitalar eficaz, equipamento suficiente, reestruturação física dos espaços e formação actual.

Temos que perceber que estamos TODOS envolvidos no Sistema Integrado de Emergência Médica:

--Alerta rápido ao serviço de emergência (112)

--Inicio imediato do suporte básico de vida

--Desfibrilhação precoce
--Suporte avançado de vida

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Apresentação

Finalmente vou começar...
Já há muito tempo que tenho como objectivo a construção de um blog, um espaço onde posso expôr as minhas ideias, perspectivas, reflexões.. com incidência na área da Enfermagem.
Infelizmente a Enfermagem Portuguesa actual, atravessa uma fase penosa, em que é emergente a tomada de decisões firmes e drásticas por parte dos órgãos e instituições superiores para que realmente atingamos a excelência nos cuidados prestados.
Espero assim, dar a conhecer a Saúde da Enfermagem em Portugal; contribuir para a construção de mais e melhor Enfermagem...

Na verdade, estamos, em função da nossa compreensão e à nossa maneira, a tentar fazer do mundo – ou pelo menos da pequena parcela que nos cabe – um lugar melhor para vivermos”


Dalai-Lama