quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Nova Ministra da Saúde

Com 58 anos, Ana Maria Teodoro Jorge, nova ministra da saúde, dirigia actualmente o serviço de pediatria do Hospital Garcia de Orta, em Almada, depois de ter trabalhado durante 15 anos no Hospital D. Estefânia, em Lisboa. Considerada próxima da socialista Maria de Belém Roseira, foi durante o seu mandato como ministra da Saúde no Governo de António Guterres que Ana Jorge assumiu a presidência da Administração Regional de Saúde de Lisboa (ARS) e Vale do Tejo, entre 1997 e 2000”.

“Foi nesta qualidade que foi acusada pelo Ministério Público, juntamente com outras 25 pessoas, de ter efectuado pagamentos indevidos ao Hospital Amadora-Sintra. Só a Ana Jorge, o Estado pedia mais de 3,5 milhões de euros. Mas, mais tarde, um tribunal arbitral veio afinal dizer que estavam correctos os montantes entregues àquela unidade do Grupo Mello”.

“Ainda durante a presidência da ARS, Ana Jorge destacou-se na reorganização das urgências pediátricas nos hospitais, apostando no encaminhamento das crianças para os centros de saúde da área de residência e deixando o atendimento hospitalar reservado para casos verdadeiramente urgentes. Neste âmbito, foi ainda uma das impulsionadoras do serviço de atendimento pediátrico por telefone Dói Dói, Trim Trim. No plano académico, foi assistente da cadeira de saúde materno-infantil na Escola de Saúde pública e tem vários trabalhos publicados em revistas da especialidade. Esteve também ligada ao sector da humanização dos serviços do Instituto de Apoio à Criança.”


“Nas últimas eleições presidenciais, Ana Jorge constava da lista da comissão de honra do candidato Manuel Alegre, um crítico actual das reformas do ministro da Saúde. Recentemente, Alegre teceu críticas demolidoras à reforma dos serviços de saúde, considerando que se trata de um “erro colossal” e de uma política “estapafúrdia” do actual Governo”.
“Sobre a reforma em curso, que tem merecido várias críticas, Ana Jorge disse acreditar nas mudanças. "Acredito na reforma em curso e no Serviço Nacional de Saúde (S.N.S.)", afirmou.

O bastonário da Ordem dos Médicos, Pedro Nunes, afirma confiar na nova ministra da Saúde, Ana Jorge. «Os últimos tempos não têm sido felizes têm sido tomadas medidas que desarticulam o Serviço Nacional de Saúde, que colocam em causa os cuidados de urgência», adiantou este responsável, que espera que esta situação possa vir a ser corrigida. Pedro Nunes afirmou ainda «depositar um grande capital de esperança» em Ana Jorge, que conhece há muitos anos.



“Face à exoneração do Prof. Correia de Campos e à sua substituição pela Dr.ª Ana Jorge, a Ordem dos Enfermeiros vem a público dizer o seguinte:


- Sem prejuízo da necessidade de reformar o Serviço Nacional de Saúde, as medidas empreendidas não tornaram essa reforma integradora, coerente e consistente, tal como a Ordem dos Enfermeiros tem vindo a afirmar há já algum tempo. Consequentemente, a situação foi-se progressivamente degradando, assumindo uma situação insustentável que culminou a exoneração do Prof. Correia de Campos.
- A Ordem dos Enfermeiros espera que a Dr.ª Ana Jorge dê resposta à necessidade de reformar o S.N.S., que torne a reforma inteligível e que envolva nessa reforma todos os parceiros, dando aos profissionais de saúde, nomeadamente aos enfermeiros, a possibilidade de dar um contributo conhecedor, porque mais próximos das necessidades de saúde da população. Aguardamos com expectativa as iniciativas da futura Ministra da Saúde, estando a Ordem dos Enfermeiros disponível para participar com a nova equipa ministerial. Aproveitamos esta oportunidade para estimar que a sub-dotação de recursos humanos na Saúde, nomeadamente no que aos enfermeiros diz respeito, seja um assunto que venha a ser considerado pela nova Ministra da Saúde.
- A Ordem dos Enfermeiros aproveita a oportunidade para felicitar a nomeação da Dr.ª Ana Jorge e deseja-lhe boa sorte nas novas funções que agora abraça”.



Aqui deixo o percurso do Dr. Correia de Campos
-- António Fernando Correia de Campos
-- Nascido em 14 de Dezembro de 1942, natural de Torredeita, Viseu
-- Licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra
-- Administrador Hospitalar pela École de Rennes, França
-- Mestre em Saúde Pública pela Universidade de Johns Hopkins, EUA
-- Professor Auxiliar, Associado e Catedrático pela Escola Nacional de Saúde Pública, da Universidade Nova de Lisboa
-- Professor Catedrático da Escola Nacional de Saúde, Pública (ENSP)
-- Presidente do Conselho Científico da ENSP (desde Junho 2002)
-- Presidente do Instituto Nacional de Administração (Janeiro 1997 a Junho 2001)
-- Presidente do Conselho Científico do Instituto Europeu de Administração Pública, de Maastricht (2000 a 2001)
-- Presidente da Comissão do Livro Branco da Segurança Social (1996-1998)
-- Especialista Senior do Banco Mundial sobre Administração de Saúde (1992 a 1995)
-- Director de Programas da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (1986 a 1989)
-- Dirigente da Administração Pública (entre 1970 e 1980)
-- Deputado à AR (em 1991 e 1992)
-- Especialista em economia da saúde, cuidados de saúde a idosos, política de saúde e equidade, segurança social e administração pública, sendo, nestas áreas único autor de 5 livros e editor de outros três e autor de cerca de cem artigos científicos em revistas nacionais e estrangeiras.
Será que esta mudança de ministros é sinónimo de mudança da política de saúde?
O primeiro-ministro é o mesmo, logo a política continua. As reformas estão a decorrer. Mais, a Dra Ana Jorge já declarou que concorda com a esta reforma na saúde.
Por outro lado, já vimos que o descontentamento do povo leva à queda de ministros. Nós caminhamos para novas eleições legislativas. Logo, não convem enfurecer o povo!!
O Dr. Correia de Campos deu a cara pela reforma da saúde, foi o mau da fita. A Dra Ana Jorge vai atrasar a reforma na Saúde até às novas eleições??

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